Os arredores da Uakari Lodge reservam quase 400 espécies de aves – um destino obrigatório para observação de pássaros no Brasil
A Amazônia é um dos principais destinos para birdwatchers de todo mundo. Com um alto número de espécies endêmicas, torna-se um destino fantástico como poucos outros.
As características únicas da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, uma imensa área de floresta de várzea protegida, transforma esta área em um intrigante local para o avistamento de pássaros típicos deste tipo de ecossistema. Existem diversas espécies que só podem ser avistadas, por exemplo, em ilhas do Rio Solimões.
Pedimos ao Pedro Nassar, coordenador do Programa de Turismo de Base Comunitária do Instituto Mamirauá (e birdwatcher!) para contar mais (e mostrar suas fotos) sobre 10 espécies da Reserva Mamirauá.
Formigueiro-chumbo (Myrmelastes hyperythrus)
Espécie amazônica, encontrada no sub-bosque de restingas-baixas e chavascais na RDS Mamirauá. O indivíduo da foto é uma fêmea. O macho é preto, com pintas brancas nas asas.
Formigueiro chumbo (Myrmelastes hyperythrus)
João-pinto (Icterus croconotus)
Linda espécie que ocorre em grande parte do Brasil. Come quase de tudo um pouco: frutas, néctar, insetos e até pequenos invertebrados. Como é uma espécie de área aberta, em Mamirauá costumamos ver em ilhas fluviais, de embaúbas, como na região do Cabuirini.
João-pinto (Icterus croconotus)
Gavião-azul (Buteogallus schistaceus)
Espécie florestal, encontrada normalmente próxima à água. Por isso é relativamente fácil de ver em Mamirauá, principalmente nas trilhas. Seu nome científico é curioso: do grego buteo = abutre e gallus = galo-doméstico e, do latim schistaceus = cinza-ardósia, significa urubu-galo-cinza-ardósia.
Gavião-azul (Buteogallus schistaceus)
Cotinga-azul (Cotinga maynana)
Belíssima espécie frugívora que vive na copa das árvores. Ocorre na Amazônia ocidental, nos estados do Amazonas e Acre, no Brasil e na Colômbia, Equador e Peru. Em Mamirauá habita ilhas fluviais.
Cotinga-azul (Cotinga maynana)
Pipira-de-máscara (Ramphocelus nigrogularis)
Espécie amazônica que vive próximo a cursos d’água e lagos. Comumente vista em casais ou em pequenos grupos. Próximo à Pousada Uacari é possível observar no cano do Apara e no cano da Guariba.
Pipira-de-máscara (Ramphocelus nigrogularis)
Curica (Graydidascalus brachyurus)
Espécie típica de áreas de várzea, é encontrada ao longo do rio Amazonas e alguns afluentes. Vive em bandos que chegam a ter dezenas de indivíduos. Quando quieta passa desapercebida nas árvores, mas costuma ser muito barulhenta e conversadeira entre seus pares.
Curica (Graydidascalus brachyurus)
Cigana (Opisthocomus hoazin)
Come folhas, frutos e flores. Possui um longo sistema digestivo muito adaptado a essa dieta, além de ter bactérias simbióticas que auxiliam na digestão das folhas. Vivem em bandos que podem ser muito grandes. Em Mamirauá é uma espécie relativamente fácil de se observar, tanto na cheia quanto na seca.
Cigana (Opisthocomus hoazin)
Araçari-de-bico-riscado (Pteroglossus inscripitus)
A subespécie de Mamirauá possui a mandíbula preta e não riscada. Nem todo mundo sabe, mas os araçaris, assim como os tucanos, se alimentam de tudo, inclusive pequenos vertebrados, aves e ovos das aves.
Araçari-de-bico-riscado (Pteroglossus inscripitus)
Iratauá-pequeno (Chrysomus icterocephalus)
O macho é preto com a cabeça bem amarela, enquanto a fêmea é mais amarronzada. Espécie comum na beira de lagos e canos de Mamirauá. Normalmente visto em grandes bandos de machos e fêmeas adultos e jovens.
Iratauá-pequeno (Chrysomus icterocephalus)
Garça-da-mata (Agamia agami)
Espécie de garça difícil de ser observada, normalmente próximo de lagos ou cursos d’água florestais. Apesar de serem solitárias, se agrupam em pequenas colônias na época da reprodução. Espécie listada como vulnerável pela UICN.
Garça-da-mata (Agamia agami)
Anhuma (Anhima cornuta)
Em Mamirauá chamamos de “alencorne”. Vive na beira de lagos e rios com margens florestadas ou vegetação flutuante. Normalmente vista em casais. Um lugar bom de vê-la em Mamirauá é no lago Mamirauá.
Anhuma (Anhima cornuta)
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