Estamos em nossa temporada anual da Expedição Onça Pintada – e aqui estão algumas imagens e informações dos bastidores!
O Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá tem diferentes projetos nas mais diversas áreas – sendo o turismo apenas um deles, com seu Uakari Lodge.
Um dos programas mais bem sucedidos é o “Projeto Iauaretê”, relacionado ao comportamento das onças-pintadas na Reserva Mamirauá. O objetivo dos cientistas locais é compreender como esse felino pode sobreviver na Reserva (uma floresta de várzea de mais de 1 milhão de hectares) durante as enchentes – quando nenhuma terra pode ser encontrada aqui e as onças vivem de 3 a 4 meses na copa das árvores. Sim, isso é isso mesmo – as onças pintadas em Mamirauá se tornam simpáticos (e grandes) “macacos” por alguns meses na reserva. Por essa razão, esses pesquisadores têm monitorado o comportamento das espécies em Mamirauá – portanto, elas podem encontrá-las na mata por meio de colares de GPS.
Este fato sempre trouxe a curiosidade dos nossos visitantes. Embora a concentração de onças-pintadas na reserva seja muito alta se comparada a outras regiões da Amazônia, avistá-la durante um programa regular é muito raro. Mais recentemente, o Projeto Iauaretê propôs à equipe da Uakari Lodge um programa científico inspirado em seu trabalho – e, com o programa, conscientizar o público para o fato de que a espécie ainda está ameaçada na Amazônia.
O primeiro programa foi criado em 2014 – contou com os estudos desenvolvidos por Pedro Nassar, que acabou escrevendo sua dissertação de mestrado sobre os impactos desse programa para o Uakari Lodge, a Reserva Mamirauá, as comunidades locais, o Projeto Iauaretê e, mais importante, o impactos sobre a espécie.
A operação de 2019
No seu quinto ano de operação, a Expedição Onça-Pintada é novamente desenvolvida durante a época de pico de cheia (maio-junho) – quando os animais estão ‘presos’ na copa das árvores e podemos seguramente nos aproximar deles. O Projeto Iauaretê, no entanto, não monitora animais neste ano – então a expedição de 2019 focou na ciência e nas atividades diárias que esses pesquisadores desenvolvem ao longo do ano. Nossos visitantes tornam-se, assim, importantes “assistentes” dos programas de conservação relacionados às onças-pintadas na Amazônia.
Mesmo em tal situação, as pré-viagens exigem muita dedicação de ambas as equipes – o Uakari Lodge e o Projeto Iauaretê. Procuramos por colares de GPS perdidos, instalamos armadilhas fotográficas, equipamentos científicos viajam até a pousada e até mesmo os voos acontecem, para assim nos certificarmos de que essa atividade seja inesquecível durante a visita de nossos ‘assistentes’ – sim, nós levamos os turistas para ver a Reserva e a pousada em pequenos aviões!
Depois de muito trabalho de ambas as equipes, estamos prontos para receber convidados. Eles vão pegar canoas, mergulhar na selva, sobrevoar a pousada, aprender muito sobre a espécie. E o mais importante: eles apóiam a conservação dos principais predadores da cadeia alimentar na Amazônia, um papel fundamental para o equilíbrio da vida selvagem no bioma.
(Crédito de imagens): Marcelo Santana, Gui Gomes, Bernardo Oliveira, Miguel Monteiro)
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