A Independência do Brasil é frequentemente marcada pelo saudosismo e sua extrema necessidade de "tudo ser como era antes", mas agora precisamos urgentemente de um futuro com mais biodiversidade.
O dia 7 de setembro é marcado pela celebração da Independência do Brasil - há 201 anos atrás, às margens do rio Ipiranga, um grande momento onde o país passa a deixar de ser uma colônia portuguesa e vir a ser uma nação independente.
Nós nos sentimos orgulhosos da cultura brasileira e ficamos pensativos com as possibilidades que o país pode se tornar, em um futuro próximo - e então queremos riquezas: maior poder de compra. Há quem lembre de desejar moradia decente, alimento no prato, nossos jovens se graduando e chegamos a esquecer daquela que torna tudo isso, e muito mais, possível de acontecer: a floresta de pé.
A economia global depende diretamente da biodiversidade em todos os setores econômicos da sociedade, desde as atividades rurais até as atividades urbanas.
Ou seja, o valor econômico da biodiversidade também está nos seus desdobramentos a partir da extração dos recursos naturais. Começamos a soma a partir da matéria prima, aí vem a extração e então entra a indústria de transformação - os serviços. Todas as cadeias econômicas dependem das espécies e dos ecossistemas.
Tem muita gente que está careca de saber, mas tenham calma que tem gente chegando agora: Amazônia vale sete vezes mais em pé, cerca de R$1,5 trilhões por ano, de acordo com o Banco Mundial.
“Vale mencionar um dado apontado no relatório Panorama Global 3, pelo diretor-executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), de que o desmatamento e a degradação representam perdas na economia de 2 a 4,5 trilhões de dólares. E o valor de investimento para a conservação é bem menor, a estimativa é de que seja uma taxa de 1 para 100, ou seja, investe-se 1 dólar na conservação e se ganha 100 dólares evitando perdas econômicas" disse o Cláudio Maretti, superintendente de conservação do WWF-Brasil.
Encontrar um equilíbrio requer respostas complexas, ainda assim, o país tem de mudar a fonte de seu crescimento, reduzir o foco na expansão da fronteira agrícola e aumentar a produtividade em outros setores, como: a indústria e os serviços.
O Brasil perdeu 96 milhões de hectares de vegetação nativa - uma área que corresponde a 2,5 vezes a área da Alemanha - é o que aponta a análise feita com dados desde 1985 até 2022, realizadopelo MapBiomasAlerta (iniciativa multi-institucional que envolve uma rede colaborativa entre universidades, ONGs e empresas de tecnologia).
“Em termos econômicos, o desmatamento é uma enorme destruição de riqueza, ameaça o clima global, ameaça a extraordinária biodiversidade e formas de vida e comunidades tradicionais”, afirma o economista Marek Hanusch, líder e coordenador do relatório Equilíbrio Delicado para a Amazônia Legal Brasileira
Dessa forma, valorar os serviços ecossistêmicos é crucial para a preservação da biodiversidade, da permanência da sociedade atual e sua sobrevivência futura.
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