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O verão Amazônico



O verão chegou no hemisfério sul! Na verdade, um verão com carinha de inverno :)


O degelo que desce das Cordilheiras dos Andes e o ciclo natural da Bacia Amazônica (e suas estações de chuva - radiação solar mais intensa, evapora muita água, formam as nuvens e caem como chuva, um ciclo), possibilitam que de dezembro a maio a água suba. Período crucial para a Reserva Mamirauá, onde acontece o fenômeno da “cheia”.


Embora muitos se espantem, é um período comum na região, com diferenças no volume (que já atingiu 30 metros em 2021, normalmente atinge uma média de 27 metros).


As comunidades ribeirinhas se deslocam por estreitas passarelas flutuantes de madeira (conhecidas como marombas) e as casas são construídas em cima dos rios sobre palafitas.


Lembram que a Uakari Lodge também é chamada de “pousada flutuante”? É a dinâmica e as construções dessa região que se adaptam, desde muito tempo, para viver nesse bioma!


Alheios aos transbordamentos do rio, continuam as rotinas da vida naturalmente, convivendo também com os animais que estão de passagem. Tem as padarias “de barco” que vão até as casas, tem quem vá pescar, tem as crianças que dão “frexadas” no rio (o mergulho), vigiadas por suas mães que têm medo das cobras que, vez ou outra, nadam juntas.


A água faz parte da vida dos ribeirinhos, que entendem de forma íntima seu sobe e desce. A sobrevivência anseia por essas águas. É rotina, transporte e lazer.

Por estar localizada na confluência entre os rios Solimões e Japurá, a Reserva Mamirauá é conhecida por ser a maior floresta alagada do mundo, o que possibilitou a biodiversidade de mais de 400 espécies de aves, por exemplo.


É um período para se contar diversas histórias. Na Uakari os passeios são realizados, também, por canoas. Os funcionários, que são locais, contam relatos instigantes sobre seus modos de vida.


Mesmo com uma frequência de chuva, dias ensolarados e quentes são comuns, também nessa época. No mês de maio, como a floresta está no auge da cheia, as onças aparecem, pois elas ficam nas únicas partes de terra firme e em cima das árvores.


Um período para conhecer outras formas de se viver, para admirar a calmaria das águas e os animais que aparecem curiosos com os visitantes.


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